(Charles Guinebert – Professor de História da Sorbonne - Paris).
Os mitos do passado se revestem de nova roupagem e são apresentados como algo original. Neste contexto a astroteologia dos povos antigos têm grande influência no pensamento religioso que tomaria lugar séculos mais tarde, principalmente no que se refere ao mito solar.
Na Europa e na Ásia o inverno rigoroso parece extinguir a vida, os campos morrem sob a neve, mas nos últimos dias do inverno, quando a constelação de virgem começa a aparecer no céu, a Terra começa fazer o giro de retorno, entre os dias 23 e 25 de Dezembro, é o solstício de inverno, quando o sol começa a dar o ar de sua graça.
É o nascimento do sol, depois de um longo e tenebroso inverno. Assim como os primeiros raios do sol aparecem e são recebidos com esperança, pois faz ressuscitar a flora, reanima a fauna e traz a promessa de novas colheitas, da mesma forma é o nascimento do Messias, que é visto como a divindade solar encarnada.
Analogia entre o sol e os Messias, semi-deuses e deuses solares do mundo antigo:
O sol nasce no hemisfério norte; nasce sob a constelação de virgem.
O filho de Deus nasce de uma virgem.
O sol depois do inverno traz a esperança de renovação da vida.
O filho de Deus traz esperança de vida aos que o recebem.
O sol é acompanhado pelos 12 meses e pelos doze signos astrológicos.
O filho de Deus é acompanhado pelos 12 apóstolos.
Todos os aspectos do mito solar invadem a biografia do Messias judeu e transferem o seu nascimento do plano histórico para o mítico.
Bibliografia consultada:
Dupuis, Origines de Tous Les Cultes – Paris, 1794.
Couchoud, Le Mystere de Jesus – Paris, 1924.
Arthur Drews, O Mito de Jesus, Carlshue – Alemanha, 1911.
Robert Graves, The World’s Sixteen Crucified Saviors.
J. A. Finlay The Rock of Truth.
Para saber mais:
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