Não existe nenhuma evidência científica que sugira que usamos somente 10% do nosso cérebro.
Em outras palavras, a afirmação: "Usamos apenas 10% do nosso cérebro" é falsa, um mito. Nós usamos todo o nosso cérebro.
Onde o mito dos 10% começou?
A afirmação sobre os 10% pode ter começado como uma interpretação errada de uma afirmação feita por Albert Einstein, ou ainda uma má interpretação do trabalho realizado por Pierre Flourens no sec. XIX. Pode ter sido que William James, que escreveu em 1908 "nós estamos nos utilizando apenas de uma pequena parte dos nossos recursos mentais e físicos". Talvez seja ainda o trabalho de Karl Lashey nas décadas de 1920 e 1930, que começou a história. Lashley removeu uma grande área do córtex cerebral de ratos e descobriu que estes animais podiam ainda aprender novamente tarefas específicas. Agora sabemos que a destruição até mesmo de uma parte muito pequena do cérebro pode ter efeitos devastadores no comportamento. Esta é uma das razões pelas quais os neurocirurgiões devem mapear cuidadosamente o cérebro antes de remover tecido cerebral durante operações para epilepsia e tumores cerebrais: Eles querem ter certeza que nenhuma área essencial do cérebro seja danificada.
Afinal não usamos apenas 10% do cérebro
A crença popular de que só utilizamos 10% da nossa capacidade cerebral não passa de um mito criado pelo fato de o cérebro humano ser o sistema vivo mais complexo do Universo.
Quem o diz é João Malva, presidente da Sociedade Portuguesa de Neurociências e investigador da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, questionado pela Lusa a propósito da Semana Internacional do Cérebro, que decorre a partir de domingo em todo o país.
"A atividade do cérebro é extremamente dinâmica, varia a cada milissegundo e é portanto impossível quantificar numa determinada circunstância qual a percentagem que está a ser utilizada" - afirmou.
"A capacidade do cérebro é imensa e funciona de forma integrada e global", pelo que afirmar que só usamos 10% é uma "quantificação perfeitamente ilícita" - acrescentou.
Por que o mito continua?
De alguma forma, em algum lugar, alguém começou este mito que continua se repetindo. Assim, as pessoas acabam acreditando nesta história, independente da evidência. Nós não conseguimos encontrar a origem deste mito e nem encontrar nenhuma evidência científica que dê suporte às estas afirmações.
De acordo com as pessoas que acreditam neste mito, se nos utilizássemos de todo o cérebro poderíamos ter acesso à feitos extraordinários de memória ou ainda habilidades mentais fantásticos. Mais uma vez, não temos conhecimento de dados que suporte isto.
É um mito antigo, “propagado por múltiplas fontes que defendem o poder da auto-ajuda e do desenvolvimento de habilidades latentes”. Os estudos mostram que as pessoas usam muito mais do que 10% da capacidade cerebral, dizem os autores. “Nenhuma área do cérebro fica completamente silenciosa ou inativa.”
domingo, 4 de outubro de 2009
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“Para compreendermos a pequenez da nossa condição humana não precisamos olhar o céu estrelado, basta que consideremos as civilizações que existiram milhares de anos antes de nós,que foram grandes antes nós e antes de nós desapareceram. Cada novo achado representa um aprofundamento em novos conhecimentos, mas também significa muitas vezes que precisamos revisar antigos conceitos que aparentavam ser tão seguros.”
C.W. Ceram